JÁ NÃO SEI
QUANTOS SONHOS TIVE...
que não
foram realizados,
e tantos
eram com o querer
para que em
verdades serem.
Eram sonhos
de esperança mas deles não passaram,
foi quanto
sentir para que realidade fosse,
mas em
sonhos ficaram,
em sonhos
quiseram permanecer.
Quanto quis
que todos os povos fossem amigos,
que a paz
existisse em todos os corações,
que a
fraternidade em todos fosse uma realidade,
que o amor
fosse um elo de partilha e amizade,
mas a
realidade se sobrepõe ao que se sonhou,
e o sonho
foi quimera que no sentir passou..
A luta pela
sobrevivência não perdoa:
a realidade
diz que não é a sonhar que se vence,
que a paz é
para os tolerantes a quem pertence,
e o amor
para os sonhadores que o criaram.
A ousadia é
a vencedora dos sonhos,
mas quantas
vezes incapaz de criar a paz e o amor.
Mas será
possível se poder viver
sem que não
haja paz e amor?
Quanto
idealizei para ser vento, sonhando,
para poder
espalhar em todos os lugares:
a paz, a
liberdade, a fraternidade...
mas o vento
passou e tudo ficou
adormecido
no silêncio da esperança.
Quanta
aragem idealizei, quanta brisa amei
num abraço
com a pura natureza
em que todos
vivessem e a soubessem respeitar...
mas a brisa
em meus braços chorava, padecia,
porque
triste vinha das águas que tanta poluição tinha ...
E nos silêncios sonhei.
Nos silêncios desejei: a paz,
a felicidade, o amor á vida
de pureza de flores com
rosmaninho, e da terra cultivada,
mas dos silêncios o grito
ecoava,
porque a luz da concórdia para
todos não resplandecia,
esses desejos tidos, em todos
não se via,
e a escura noite para muitos
permanecia.
Que importa o sonho ser
fantasia,
que importa viver sonhando,
se é dos sonhos que nasce
quanta realidade,
se é dos sonhos que
se anseia possuir a verdade,
que se luta para ter a
felicidade.
Mas sempre continuaremos a
sonhar,
mesmo que eles em realidade
não se tornem,
os nossos sonhos, o sentir da
nossa alma,
a força interior que faz
querer amar.
Com eles, vamos colhendo rosas
de amor
para a todos oferecer, do
jardim idealizado;
criar sorrisos e abraços de
felicidade
para aspergir nas ruas da vida
quotidiana,
e espalhar o orvalhos de paz
aos corações desanimados,
com a dança da infindável
amizade.
Continuaremos a sonhar, a
ouvir a música da natureza:
o sibilar do vento, o
sussurrar da chuva,
o cântico das aves, o som da
alegria da vida,
amar e querer amar a nossa
existência:
enfim, o fluir de viver.
Esse sentir que é só nosso, a
força mística da nossa alma.
Deixamos viver os sonhos,
deixamos que venham,
esse estranho sentir que nos
dá ânimo,
que dá amor, e dá angústia...
deixamos assim viver a vida
sonhando,
a busca com a esperança: a
vontade.
Valdemar Muge