Saturday, September 25, 2021

ESTE NOSSO OUTONO

 


 ESTE NOSSO OUTONO

Nesta quietude e dourado Outono

que à minha volta se espalha,                                                           

bebo do seu cálice de afago e poesia,                                                  

de felicidade e alegria à vida,                                                               

por hoje o poder abraçar e vive-lo dia-a-dia.

 

                 O vento me envolve com as folhas deste Outono dourado,

                 e a alma se extasia, no encanto destes serenos dias.

                 Neste Outono que tenho e vivo,

ele traz-me as recordações dos perfumes de mel           

de quantos entes queridos e amados que tive;

dos convívios, no crepitar do lume na lareira                                     

de tempos jamais esquecidos.                                                                               

Desses tempos de menino,

ficou o odor das flores de felicidade,

como recordação para este Outono que canto.        

Era então, o rebentar das flores da Primavera,

que tudo era sonho e ilusão;              

as almas cantavam e os corações tudo queriam amar.

 

Mas no Outono presente,

não quero a saudade das cinzas do passado,

nem as lágrimas e desilusões que o tempo as levou...               

quero o suave encanto de hoje, construímos-lho;

a alegria do presente e a esperança do futuro.                           

Quero a alegria da felicidade em todos os corações.

Quero o riso de cada manhã que renasce,

embalado em sonhos acessíveis que a vida nos oferece.          

Quero as mãos e os abraços da fraternidade deste Outono,

dados em cordial harmonia e concórdia,                                              

e, os lábios e os rostos felizes, em união de felicidade,                      

e todos os membros do corpo,                                                              

se abracem em elo de alegria em fraternal igualdade.         

 

Quero a paz deste momento,  

para espalhar nos que sofrem neste mundo conturbado,       

para que todos se amam, que todos sejam felizes.

Quero a alegria deste Outono de poesia,      

para apagar os queixumes                                                                                

e os gritos que chegam até nós:

da dor dos desempregados,                                                                          

dos gemidos dos famintos,                                                                             

da angústia das crianças dispersas,                                                               

do desespero dos torturados                                                                            

e da agonia dos moribundos,                                                                           

nesta imensa e humanidade ferida.  

                                                            

Oh! Membros que sangram, sejam felizes,

tomai a alegria deste Outono que vos abraça e afaga!                             

Porque se assim sofreis,

também não posso ter alegria e como vós sofrerei.

 

Cantemos, abracemo-nos, sejamos felizes!

Construamos mil outonos de paz e amor!

O Outono de folhas sofridas e tristes,

o que muitos seres ainda o têm, que desapareça,

porque não é esse que ansiamos!

 

Procuramos então, sempre, o que idealizamos e amamos,

o que sempre a alma ansiou:            

o da serenidade e da paz.                                                                 

Estaremos juntos, nesses nossos outonos,                                              

abraçados ao encanto da poesia,

ao encanto da felicidade.

 

                                    Valdemar Muge

Saturday, September 18, 2021

NOS SILÊNCIOS DE SETEMBRO

 


NOS SILÊNCIOS DE SETEMBRO

 Depois de Agosto, vêm nos silêncios de Setembro:

As suaves tardes com o deleite pôr-do-Sol,

no pouso embalador das águas que o guarda;

é nas manhãs de Setembro, quando a chuva corre,

que corre nas faces do amor, da esperança, da felicidade,

suave como numa carícia,

refrescando os sorrisos da amizade;

e nos corações, de quanto ardor do amor que neles floresceu,

sente-se doce bálsamo, que jamais se esquece e neles viveu.

 

É no frescor de Setembro,

que se sonha na poesia dos encantos

e desencantos das palavras e dos sentidos,

das estrelas e da magia dos olhares enamorados

que se encontraram, que se abraçaram e permaneceu.

 

Na frescura de Setembro,

guarda-se os ternos sorrisos partilhados,

os sonhos e as ilusões que nasceram com a maresia,

e os convívios que sempre ficarão guardados.

Tempos felizes, recordações de saudade,

que estes dias de Setembro faz lembrar: felicidade!

 

E aquela fresca chuva cai,

cai no olhar saudoso nestes dias de Setembro;

nas vivências que se despedem de quantos corações

que vão... e, então, quando a chuva secar,

ficará apenas o silêncio da saudade em quietude amar...

 

Nos silêncios de Setembro,

as madrugadas têm mais brilho, e o horizonte mais cor;

o cantar dos pássaros tem mais alegria,

e os silêncios mais sentido na vida;

os sorrisos mais afeto, e os corações mais felicidade:

tudo isso, por ser o inigualável Setembro de saudades…

 

Valdemar Muge