MEMÓRIAS
A ESPERANÇA
Há palavras que doem no coração,
e outras, nele, tão belas emoções o são.
Na vida, há
palavras que vida dão,
mas outras,
nem vida, nem palavras serão.
Na caminhada
da vida,
quantas ruas
que palavras não têm:
são as ruas
do silêncio,
as ruas da
aragem da nostalgia,
onde há
sempre alguém com um amor perdido,
desiludido,
sem que o
possa encontra-lo...
mas há as
ruas da esperança, do encontro,
onde haverá
sempre um amor que nasce em cada manhã,
que nasce
vida para viver o novo hoje, o amanhã.
Haverá sempre
uma nova esperança que vem,
quando a
esperança que era e agora já se não a tem.
mas a vida é
vencida pelo mesmo tempo
que vida deu,
seja ela qual for.
Na existência
da vida,
quantas
esperanças se sonham, nascem,
florescem e
se fortificam...
mas outras, quantas
são desilusão,
quantas são
paixão que morrem...
mas elas
serão sempre a essência do viver,
porque sempre
haverá uma esperança de um sonho
que desponta
em cada aurora,
uma flor para a vida que desabrocha,
que nos espera, em cada madrugada.
Há corações com
angústia
que a dor neles perdura:
são memórias que não se esquecem,
e que por vezes tanto permanecem,
duma vida que foi dura.
Há vozes que clamam a pobreza que no mundo prolifera,
e é dessas vozes, desse clamor,
dessa pobreza que a alma encerra,
que quantas vozes perecem para o silêncio do pó da terra.
.Na cidade, chove, e chove no meu coração,
pois nele, o sentir da alegria não existe,
quando na existência do desespero e da solidão,
vê-se na lama da chuva caída,
as pegadas de tanta podridão.
Mas há sempre, sempre, (e que sempre exista),
uma esperança, uma flor, uma alegria,
um afeto em cada ser, em cada vida, em cada dia,
para que as memórias não tenham dor,
mas tenham um sentido de fraternidade e amor.
Valdemar Muge
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