Me fiz prisioneiro dos silêncios
que me envolvem neste meu sentir,
que assim quiseram vir
e jamais não vejo fim!
Sou companheiro da silenciosa
brisa;
das árvores que ao vento se
abraçam;
dos rios que vão levando as
mágoas deixadas;
das vidas que a natureza abraça e
as amam.
Nestes silêncios,
eu sou noite, luz, brisa, água
chorando, vida cantando,
e, mais serei,
porque de dentro de mim,
tudo se tornou em amor sentido
sem fim
de felicidade infinda, para a
todos partilhar!
Pudesse eu,
mais correr, mais voar e só aqui
não ficar?!
Então perguntaria:
Que
me dizes vento,
quando te envolves no meu
silêncio
e contigo não me levas para mais ter e mais
abraçar?
- Sou tempo que corre,
sou brisa que grita,
sou força que nunca fica,
e não levo silêncios que meditam,
que presos à natureza ficam!
- E tu luz, porque me deixas ao
fim do dia,
de ti, não queria neste silêncio sem contigo
ficar?
- Te digo que sou sol, sou luz
que vida a todos quero dar.
Te abracei, te dei, mais não te
posso dar.
Amanhã mais te darei, como sempre te farei,
em doce afecto te dou luz e faço
cantar.
Sei que para longe não posso ir,
agora, sei que ficarei com este meu sentir,
porque ninguém me quis levar...
só me resta ficar neste silêncio
e tudo ficar a amar!
Neste silêncio que me envolve,
vivo os dias na leitura do
universo das estrelas,
no mundo do renascimento da vida,
no dia-a-dia das auroras da
essência
que de todos brota poesia!
E nestes dias de silêncios que
vou vivendo,
vou cantando,
vou gritando nas madrugadas de cada dia,
para que me ousam,
para que se não esqueçam,
que os dias devem renascer com
mais paz,
mais amor, mais fraternidade!