Saturday, September 27, 2014

ROSA MARIA


Perguntei-lhe como se chamava:
Me respondeu que era Rosa Maria.
Fiquei pensando se era de rosas para a Maria
ou se Maria de rosas em botão seria.
Como fiquei a saber querendo,
se naquele sorriso da Maria com as faces rosadas,
correndo,
seria a cor das suas rosas coradas,
ou eram as pétalas das rosas desfolhadas,
naquelas faces de encanto e de vida.
Como fiquei desejando sabendo,
se o brilho que de seus olhos brotava,
era o encanto das suas rosas
que dentro de sua alma exalava,
que para um ser amado ficava.
Perguntei-te teu nome,
e me disseste Rosa Maria!
Disseste que tinhas rosas para dar
e Maria o era para amar.
Mas como as pétalas se voaram
e a Maria o coração deixou.
Serei o ser que não mais viu a rosa
e a Maria a recordação ficou.
As pétalas voaram,
voaram com a saudade da Maria
de quando eram juntas, que eu já não via.

                      Eis o poema a todas as Marias desta terra
que canto a meu jeito,
que têm flores, mais flores,

(e não só rosas), de dentro do peito.

Valdemar Muge

Wednesday, September 24, 2014

A CRUZ DE TODOS


Porque dizes?:
“Como tenho uma pesada cruz!”
Não vos lamenteis,
disso que em vossos corações sentis:
São as dores da vossa natureza;
as alegrias que a vida vos dá, partilhando;
o amor que brota das vossas vidas,
dos vossos corações para a vida querida.
Não vos entristeceis,
o que vos pesa desse lamento que vos encerra,
são as vicissitudes da vida,
duma cruz que na vida cresceu.
Ela faz parte da tua essência;
foi nela que o amor fecundou para todos os seres,
esse deslumbramento se perpetuou.
Foi nela que a dor foi remida,
sobre chagas e dolorosas feridas
para salvação de todos os povos.
Foi nela que a eterna felicidade brotou,
dum pesado madeiro nasceram as flores do afeto,
da amizade, 
da bondade,
da alegria para a universal paz.
Foi na cruz que se derramaram as lágrimas e o sangue da dor
e se transformaram em fonte de amor;
em abraços para todos os seres humanos,
numa paz jamais infindável.

Essa é a tua cruz. Abraça-a, amando-a

como força da tua vida.

Valdemar Muge

Saturday, September 13, 2014

QUE SOU E TU O ÉS


Que sou, que serei?
E tu quem serás, que de ti terei?
Serei vento,
e a água das fontes que canto;
serei mar,
das ondas que marulham para te amar!
E tu?
És brisa,
a que abraça o vento e em mim desliza;
És leito do rio, a água correndo
das fontes que embalo e juntos percorrendo;
És a aragem chegando
deste mar que nos une, cantando!
Sou voz,
sou eco
e sou palavras que ao dia dou a todos vós;
sou tempo presente,
tempo de que todos sejam queridos firmemente;
sou vida,
ser que a ama e quer que sempre seja querida!
E tu és aconchego,
compreensão
das palavras que nos saem do coração;
és luz,
alegria,
felicidade do tempo que abraçamos em cada dia;
és aurora,
és melodia,
és manhã renascida,
és vida na vida que amamos dia-a-dia!
Serei como terra,
chão,
árvore,
 raiz da vida que cresce à vida que nela encerra;
serei dia,
noite,
luz ou nuvem
neste peregrinar que nesta alma habita!
Tu és flor,
fruto,
deste chão que te ampara na alegria e na dor.
Tu és força querida
destes dias que por nós passam nesta vida.

                 Sou ser que te abraça,
                 serei ser que o amor enlaça.

Valdemar Muge