Saturday, June 29, 2013

NA ESTRADA DA VIDA


Nos percursos encetados,
deixamos sementes de flores
e nasceram as rosas de felicidades;
lançamos as sílabas das palavras
e floriram as flores da amizade;
espalhamos as pétalas colhidas
e se transformaram em cordial amor!

Com os sentidos vindos dos corações afectuosos,
os sorrisos transparecem
nos tristes rostos que passam;
as lágrimas se enxugam
com o bálsamo da meiguice;
a dor das vidas dilaceradas,
se dilui com o aroma da fraternidade.

É a aragem do perfume da poesia,
que envolve os corações
na suave e querida paz;
Que transforma os seres cansados,
em pouso vivo à vida amada;
É rio que flúi da Natureza
e desagua em nossos corações.

Na estrada da vida,
os percursos com amor
é vida que nos torna querida.


Valdemar Muge                                              

Saturday, June 22, 2013

COM AS NOVAS VESTES


Com as vestes agora tidas,
contigo vou nos caminhos
da poesia e do amor.
Vamos desfrutando a alegria
dos sorrisos encontrados;
A claridade da luz
na natureza acariciada;
A suave aragem encontrada,
deslizando pelos nossos corpos
e a singela flor nos nossos caminhos,
damo-la aos corações
da amizade e da concórdia.

Deixei as velhas vestes abandonadas
e sigo com a aurora agora renascida;
Cantarei os cânticos dos afectos e felicidade,
com todos os seres da esperança futura;
Cantarei as saudades lembradas,
com os corações
que na vida foram queridos;
Cantarei as mágoas sentidas,
com todas as vidas
que a dor sentiram,
mas que agora comigo seguem
e lágrimas limpam.

Como é belo ver a florescer
a nova flor,
e uma nova vida nascer
seja sempre seiva de amor.


Valdemar Muge

Saturday, June 15, 2013

UM DIA SEREI


Quando me juntar com o pó da minha terra,
pois como ele serei e em pó ficarei.
Ficarei  finalmente na terra que sempre cantei,
essa que na minha alma perdura  e encerra.

Como sou da terra dos ribeiros cristalinos,
com eles ficarei na frescura, adormecido;
como sou da terra da aragem salgada,
com ela estarei, para que a tenha na minha pousada;
como sou da terra das flores que encanta,
serei elemento para que sempre cresçam, 
de beleza tanta;
se sou desta terra, deste sol, desta lua
que aqui moram,
desta gente que ri e chora,
deste povo que todos abraça e ama,
então, sempre serei desta terra tua!

Um dia, meu corpo baixará ao pó desta terra,
ao mistério profundo que o Universo encerra,
onde à sombra dos álamos ficarei,
e ao abrigo da cruz  da ressurreição repousarei.

Serei  pó desta terra,
mas serei elemento que dela encerra;
serei humilde servidor desta natureza,
progenitor fecundo desta beleza,
fragmento deste povo, desta terra,
germinador da essência que sua alma encerra;
mas também que seja espírito de nova Vida,
de nova primavera.

 Valdemar Muge

Saturday, June 08, 2013

SEMPRE CONTIGO ESTAREI


Sempre contigo estive,
sempre contigo estarei!
Teu ser sempre comigo tive,
teu ser todo te amei.

Com nossos olhares, quanto andamos:
Vimos os mesmos caminhos que percorremos;
com nossas mãos, moldamos a paz,
fruto da harmonia encontrada que permanece e faz;
com nossas palavras, construímos alicerces
que se ergueram para o presente e o futuro;
com nossos corações, abraçamos o amor
que brota das pétalas nascidas
do afecto, do carinho, da compreensão.

Andamos na brisa do amor que nos embalava;
navegamos nas águas afectuosas que nos abraçava;
vivemos nas alegres manhãs que à vida despontava;
despertamos nas noites silenciosas dos sonhos queridos;
abraçamos nos ternos e doces beijos de amor permanecido.

Sempre contigo estive,
sempre contigo estarei
porque sempre terei teu rosto,
sempre terei teu sorriso,
sempre terei teu amor!

                      Valdemar Muge                                                                            

Saturday, June 01, 2013

QUE IMPORTA SABER QUEM SÃO


Passam por mim, 
e tantos são que não os conheço...
vossos rostos se cruzam, 
mas muitos não os reconheço.
Eles passam, seguem e sempre vão…
Que importa saber esses quem são,
donde vieram ou para onde vão,
se todos os que por mim passam,
é poema sentido da vida, que na vida passa.

Não me digam quem são,
nem importa saber para onde vão!:
se as aves que me cantaram
pela manhã ao nascer do dia;
o vento que me afagou
na sua viagem quando passou;
as pétalas soltas que bailaram
em ternas despedidas, não ficaram.
O rio que passa correndo,
levando saudades, chorando;
as crianças felizes brincando,
com ternos olhares e sorrisos, amando;
o pregão da Varina, o clamor do Trabalhador:
que importa, se com o sentir de tudo isso fiquei,
e não disseram quem eram, mas quanto amei!

Que importa saber quem são,
tudo o que por mim passou,
se dentro de mim guardei e cresceu…
só morrerá, quando minhas palavras perecerem,
porque elas me dão vida,
me dão força de viver,
me fazem cantar o sentir do amor, da alegria;
essas, que partilhei, aqui ficam, 
porque aqui floresceram e cresceram,
que foram as mensagens do sentir de um ser.

Não importa saber quem são
ou dizerem-lhes quem sou:
Para todos, serei aquele que escrevo,
o que sinto e o que penso.
Sou vento, quando nas palavras ele passa;
sou rio, que corre e a água no seu cantar, me abraça;
sou deste povo, desta terra e mar 
que sempre a  vida aqui quis amar;
sou tempo que em mim correu,
que em mim viveu, mas um dia também morre...
e então, esse corpo já não será seu.

Poderei ser também um rosto
que não sabe para muitos de vós quem é,
mas sou o que dentro de mim sempre é:
o que fiz, o que cresci, o que plantei, até!

 Valdemar Muge