Thursday, October 18, 2012

NO MAREJAR DESTE MAR



Gaivotas deste mar, voai,
voai e levai meus desabafos
pelas águas, hoje, calmas e transparentes
que reflectem a força da vida,
de quantos sonhos e desilusões.

         Nas labutas que tuas águas oferecem
para tanta gente de ti sobreviver,
és espelho de quanto na vida se luta:
nuns, na vida se aflora ventura,
noutros, encobres tanta amargura.

No pôr-do-sol que em ti vejo,
tuas águas, na quietude do marejar que desliza,
repousam com os que de ti vivem,
e embala as recordações das vidas vividas
àqueles do momento nocturnal da vida.
Neste marejar, tudo se esvoaça
e a recordação para traz fica e passa.
                                                  
                         …e o acordar dos pensamentos, aflora…

          Na fresca aragem envolvida, vinda
          do extenso verde que se avista destas águas,
          airosa e sorridente, nestas brancas areias,
          surge, menina e moça,
          o renascer de uma nova vida,
          dum desejo sonhado,
          depois realizado.                                                                        

 Valdemar Muge



1 comment:

Maresia said...

Um belo poema onde se sente a influência do mar.

Cumprimentos,
António