Sunday, April 06, 2025

A MELODIA DA VIDA



 


A MELODIA DA VIDA

 

Reflete que a vida é uma constante melodia,

pois cada momento tem o seu encanto sonoro,

a exaltação da natureza da força da vida,

a harmonia abençoada que habita da terra ao céu,

que se sente na vivência de cada dia.

 

Pelo nascer, temos o hino da vida, essa alegria esperada,

esse desejo encontrado de se viver á luz da vida.

Virá a melodia da inocência, da pureza, da castidade,

o novo percurso embalado nos afetos encontrados,

no conhecimento, na amizade amada.

 

E o tempo nos leva sorrindo, nos leva possuindo

na valsa dos encantos e dos sonhos;

dos desejos, das emoções, da felicidade.

Mas também se sente a melodia da frustração,

do desgosto, da tristeza que nos entra no coração.

 

É no silêncio que se sente a melodia do passado vivido,

a que passa a ser recordação, boa ou má,

para então nos envolvermos na da esperança,

a da renovação para o futuro, a desejada companheira.

 Com ela, caminharmos ao encontro

do amor e da felicidade,

esse encanto poético que sentimos dentro de nós,

que um dia poderá ser saudade quando estivermos sós.


Essas melodias que sentimos, são ânimo e alegria

como fonte de água cristalina saciando a sede da vida;

são partituras do nascer da aurora de cada dia,

e do pôr do sol de cada tarde, do mistério da vida.

A música que se sente, é a realidade presente,

com recordações do passado,

e esperança para o futuro.

 

Valdemar Muge 

GUARDO O TEMPO


 

GUARDO O TEMPO

 

Guardo o tempo que a brisa me envolvia e sonhava,

porque sentia que nela vinhas, para me afagar contigo.

A brisa passava, passava, e a tua imagem então ficava,

meu amor, para te abraçar sonhando,

e para sempre assim te ter amando.

 

Guardo o tempo que o brilho das estrelas nos iluminavam,

com elas, suponha que o brilho da noite seria eterno.

Mas era o brilho de teu olhar que resplandecia,

ele é eterno, é que me acariciava

nas ternas noites que os corações rejuvenesciam.

 

Guardo o tempo que os caminhos tinham vento agreste,

mas depressa o vento passava e vinha a bonança;

pois se as rosas também têm espinhos agrestes,

mas o seu encanto faz esquecer a presença dessa agre-dez ...

era o tempo que as palavras eram poesia,

e, os sonhos floriam nos corações que então havia.

 

E no silêncio do tempo que agora vai passando,

quando tens os olhos fechados, meditando,

fecho os meus, para ver o que dentro, sentindo, dos teus têm:

são reflexos de lágrimas de saudade que de ti vêm ...

são recordações que o brilho da memória ainda contém.


E nos teus silêncios que agora te pousam,

silencioso também fico na partilha triste

de tudo que foi e agora parece que não existe,

de tanto que brilhou e agora até parece tempo triste.

Como são saudades dum tempo que a vida tem,

quando a felicidade é a mais sublime riqueza que se tem.

 

Neste teu silêncio de corpo dorido n0 leito, adormecido,

está a mulher vivida com a ternura e a amargura tidas;

está dentro de si, a solicitude e a prontidão em cada mão.

Na sua dor deste silêncio, estão os sonhos do passado,

as alegrias, as vivências partilhadas, queridas,

o hino à vida, ao amor, à fraternidade havidas;

no coração, está a dedicação e a ternura de mãe,

carícia de flor, afago de esperança dadas,

felicidade encontrada, mulher única amada.

És poema que flui à vida neste teu silêncio,

mulher que flutua no delírio das recordações,

e guarda o tempo de que sempre quis amar,

abraçando a coragem, a alegria no coração,

e também quantas lágrimas no olhar vão.

 

Valdemar Muge