Era um mar de hinos, de louvores;
de sonhos, de
anseios;
de alegrias e de
dor.
Um mar que foi e
agora já não é o que era:
uma recordação
dessa tradição, dessa labuta.
Era uma praia de
branca areia,
onde a alegria e a
felicidade juntas existiam;
onde as vozes
cantavam e os corações se encontravam;
onde os pregões
nasceram e a Varina se exaltava!
Agora, já não há
barcos, não há pescadores,
não há varinas
que deste mar e desta praia viveram,
e o pregão então
cantavam:
"É do
nosso mar, fresquinho a saltar, quem quer, quem quer!"
Desse nosso mar,
já não mais
haverá esse peixe que nas ruas se vendia.
Há saudade e
tristeza daquilo que era, que foi e jamais será.
Agora, esse mar, à
praia um lamento vem deixar,
uma saudade vem
beijar, a recordação lembrar,
porque nele está o
eco das vozes que dele viveram,
e na praia, sempre
estará a frescura matinal do abraço
que o pescado
partilhavam.
As Varinas, essas,
oh! Não choreis...
(Mas ainda haverá
algumas desta praia, deste mar?)
Homens deste mar, Mulheres desta praia!
Fostes um marco desta terra:
Com a vossa fé, vencestes o temor das águas
com o grito da valentia e a coragem do crer;
com vosso pregão, levastes seu encanto,
sua beleza, sua graciosidade por terras além,
por horizontes da vida.
O tempo, não
apagará o valor destes homens e destas mulheres
que venceram uma
luta pela sobrevivência da vida,
que jamais se
esquecerá das nossas memórias.