NAQUELE AMANHECER
Naquele amanhecer, brilha a liberdade!
Da longa noite silenciosa, nasce a madrugada esperada:
Ouvia-se o clamor da vitória pronunciada;
via-se florescer cravos nas armas do silêncio,
e aquela esperança desejada, era agora realizada;
emoções contagiantes, coragem nascida da resistência;
abraços, cantigas, desejos futuros então nasciam;
nas mãos, via-se o florescer dos sonhos no novo dia,
nos olhos, o brilho de futuros desejos que brotavam,
nos corações, a exaltação de uma nova felicidade.
As vozes jamais se calavam, o povo assim queria,
e a liberdade de expressão enfim vencia.
Naquela manhã, finalmente tudo renascia!
Tanto tempo já foi que aconteceu,
há cinquenta anos se gritou
a tão esperada liberdade
do ansioso abraço da fraternidade.
Desejou-se o novo futuro da igualdade,
desejou-se a justiça, a paz, a prosperidade
irmanada no respeito fecundado e sempre a verdade.
Mas hoje ainda se clama que a democracia não faleça,
que a corrupção desapareça,
que a misérias não mais permaneça,
que a justiça sempre seja feita na boa sentença.
Mas esse clamor para quantos é vão
e as injustiças ainda quantas se permanecerão:
com elas, não é essa a pátria que queremos.
Por isso, é que se continuará a cantar a liberdade
que nasceu dos corações há meio século,
até que a voz se enrouqueça,
e a alma grandiosa, a vitória enalteça,
essa vitória que o sol iluminou e vida fecundou,
que portas abriram ao mundo da fraternidade.
Valdemar Muge
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