Thursday, March 24, 2016

PIETÁ


Qual das duas dores mais sentida e angustiante,
que o coração se flagela e tanto suporta?
Será ter a mãe, no leito sepulcral, morta!
ou, o filho, nos braços maternais, prostrado, sucumbido?.

São dores que na serena alma, a escurece,
o peito se rasga e o sangue trespassa.
São lágrimas que sufocam os sentidos;
são gemidos que se gravam na vida dilacerada.

Dizei-me ó gente!

Qual a dor mais sentida destas mortes tidas:
ter um filho nos braços, com a vida vencida
ou uma mãe, agora perdida, sucumbida, que era querida,
ser que na vida nos criou e nos deu a vida.

São dias que a escura noite trespassa o sentir,
flagelados corações que à dolorosa cruz se viu;
é pranto amortalhado que o coração sentiu,
mas que dor mais forte, pode a um ser, vir?

Pois a vós vos digo!

Estes são sinais da vida do ser, que na vida passam;
dores que no peito, se gravam e trespassam...
São caminhos que flúem e à realidade nos chamam
para a nova Luz que acreditamos e desejamos.


Valdemar Muge
                                                  

Sunday, March 06, 2016

POEMA DE AMOR



Nas transparentes manhãs de cada dia,
iluminados nossos corpos na luz que nos abraça,
vejo no teu rosto, o suave sorriso que irradia,
e o brilho nos teus olhos, o amor que cativa.

Em cada manhã que renasce,
nossos corações bendizem a vida que envolvemos,
e nossas bocas,
cantam o hino de louvor à vida que temos.
Sob o infinito céu das manhãs que despontam,
o amor permanece em suave pouso
nos corações que se abraçam de felicidade.
Nas manhãs silenciosas que alvorecem,
nascem os poemas de amor, de ternura, de carinho,
ainda cheios do orvalho que ainda permanece,
que as mágicas noites nos trouxeram,
e, então, nos nossos sentidos
floresce as flores da felicidade.
Na luz cristalina de cada manhã,
desenho o teu olhar, o teu sorriso, o teu encanto;
emoldo o teu retrato no meu coração,
e jamais deixará de permanecer para onde que eu vá.
Mesmo que voes, amor,
e longe estejas de mim,
o vento me levará junto a ti,
e a luz da felicidade nos abraçará em terna melodia.
Nas límpidas manhãs que florescem,
pudesse eu,
sempre, sempre,
apanhar um abraço do encanto matinal,
um sem fim do brilho que alvorece,
um infinito encanto da natureza que desponta;
pudesse eu,
nunca perderes o brilho do encanto teu,
e a vida que juntos, Deus nos deu:
Então, tudo em ti te oferecia,
para que sempre essa beleza em ti morasse,
porque assim eternamente eu queria.

Em cada manhã que renasce,
renovar-se-à o amor nos corações que se querem.

Valdemar Muge