Saturday, June 27, 2015

O RAMO DE ROSAS


Obrigado amor por essas viçosas rosas,
respirarei esse perfume que elas me traz;
guardá-lo-ei, recordando este momento feliz,
para um dia, saudoso, na quietude da vida,
ao desfolhar as páginas do tempo,
encontrar esse encanto feliz da vida.

Enquanto as rosas que me deste,
viçosas forem, essa delicadeza tua,
vou gravar dentro de mim
a imagem que elas me desfruta,
para quando já não tiverem o mesmo encanto,
já murchas forem do tempo que viverem,
terei no meu olhar a cor de que desfrutavam
e o sentir do suave perfume de que exalavam.

Acariciarei amor,
as pétalas das rosas que me deste,
guardarei esse bálsamo dentro de mim,
porque essas pétalas,
são tuas carícias também,
que de teu coração vieram para mim.
 
Sempre guardarei os encantos da vida feliz,
para um dia,
na serena quietude que o futuro nos envolverá,
os corações felizes, recordar-se-ão.

 Valdemar Muge

Saturday, June 13, 2015

A DOR




Não tens morada certa,
como corres ó dor nos corações sofridos...
dores insaciáveis e de ferida aberta,
dores que dilacera os sentidos.

Dor e amor vivem lado a lado:
quanto amor vem após a dor
e quanto sofrimento se tem por causa do amor.
Dor, será fluxo que brota a força do amor;
está na raiz que faz nascer a seiva do afeto,
no ramo que desabrocha as pétalas amorosas,
na essência que deu vida ao amor.
Dor é como fruto de sabor amargo
que percorre o corpo ardorosamente,
que até ao coração vai e se sente,
mas se dilui no bálsamo do amor renovado.
A dor que na carne se sofre,
é passageira e não fica,
mas a que o coração sente,
essa, muito mais está presente
e como quer ficar eternamente.
Como ela acompanha a angústia,
o desespero, a aflição...
mas a esperança não abandona esse sofrimento,
consola-o e alivia no conforto
do alvorecer do amor que sempre recompensará.

Dor e amor como unidos eles se encontram:
a dor o amor faz florescer;

o amor depois da dor faz viver.

Valdemar Muge

Saturday, June 06, 2015

MULHERES


Estas mulheres que passam,
quantas ligeiras outras pesarosas,
são como aves viçosas
e outras tristes, vagarosas.

Mas que quantas e como alegres vão,
com a felicidade no olhar a brilhar,
são mulheres da primavera,
com a força da luz a resplandecer na vida,
a amar toda a sua gente querida.
Mulheres filhas da luz,
mulheres mães da natureza,
mulheres de abraços maternais,
de carinhos, de trabalho do dia-a-dia,
mulheres de fé,
mulheres de coragem, até.
Elas passam, vivem,
e seguem para a luta da sua vida!

Mas quantas também passam tristes, pesarosas,
com os corações ensanguentados de dor,
os olhos humedecidos sem voz,  no silêncio,
das lágrimas derramadas, sofridas...
saudades de alguém que lhe era querida.
Gente vestida de preto,
sinais do seu luto sofrido,  
quantas viúvas de alma enegrecida,
outras sem o filho, já perdido,
são gente do outono com folhas caídas, 
almas com corações sofridos,
que já não têm os seres que já não lhe vêm,
que já nome aqui não têm
                                  mas dentro delas eternamente moram.

                                  Estas são as mulheres que dão vida ao mundo,
                                  e o mundo lhes canta a vida;
                                  que enchem a natureza de encanto,
                                  e encantam o viver de quem as amam,
                                  e florescem os corações de amor.
                                  Estas são as mulheres de sonhos e de fé,
                                  as da seiva da natureza da vida,
                                  com o perfume das flores
                                  e o suor da labuta.
,
                                  Valdemar Muge