Sunday, July 13, 2014

NESTE SILÊNCIO


Neste silêncio que hoje aqui permanece,
o sentir dos corações que passam se desenvolve:
Vejo os traços das plangentes lágrimas deixadas nos rostos,
razão de ser de passados do vosso viver,
que no coração marcou e não esquece.

Neste silêncio que vagueia onde viveis:
É conforto, é desabafo da nostalgia que conteis;
é sentir que tendes, mesmo que não quereis
na passagem do tempo do vosso viver,
no percorrer da vida do vosso ser.

Neste silêncio, vê-se as marcas deixadas do viver:
Os sulcos gravados dos sofrimentos e privações;
os acontecimentos, quantos, que a vida deu;
as felizes recordações que tanto foram queridas;
os sonhos que passaram nas vidas tidas.

Tudo isso, são factos sentidos do tempo vivido.
Agora, enquanto povoa este silencio presente,
nestas ruas sem vida, adormecidas,
de ar amargurado que nelas correu,
surja uma nova vida, que seja contida:
se transforme a violência, em abraços irmanados;
a tristeza, em alegria permanente nos tristes corações;
os ódios, em afectuosos abraços de paz em toda a gente.


 Canto este silêncio: o renovador!
ao da esperança por um futuro melhor.
Canto a esta tranquilidade da Natureza-Mãe,
que floresçam as pétalas da felicidade entre os homens
e os frutos da sabedoria do bem querer;
que brilhe a luz do amor em todo o ser,
as mãos da boa vontade se dêem e se tomem
e os peitos se abrem com os clamores da concórdia!

Será idiotice ou loucura, fantasia ou sonho,
não me pergunteis,
porque dessas palavras não me tomo.
Ficarei com o sentir deste silêncio que aqui pairou,
que meu peito conteve e o coração vos cantou
deste meu consciente que para vós desejou.


Valdemar Muge

Saturday, July 05, 2014

ONDE ESTÁ O ROSTO


Onde está o rosto da alegria
que pelas ruas corria
e aos corações dos seres espalhava,
e a felicidade polvilhava!?
Onde está?
Onde está o rosto da juventude
airosa e traquina,
que sonhava, amava e padecia...
O rosto sereno e suave
que pelos caminhos percorria,
a natureza abraçava e a cantava!?
Onde está?
Onde está o rosto do amor
que tanto o desejava e procurava;
que tanto queria
e por ele sofria...
Desejo de que todos
pelo cálice dele bebessem
e a Luz da concórdia resplandecesse!?
Onde está?

Agora só vejo o rosto do desanimo,
do cansasso,
da tristeza.
Vejo os sulcos da idade,
marcados pela incompreensão dos homens
e do sofrimento dos corações destroçados.

Procuremos os rostos da vontade da paz.
Os rostos da alegria, que tragam a felicidade.
Os rostos do amor,
que saibam construir nos corações
a renovada primavera da fraternidade.


 Valdemar Muge