Saturday, January 26, 2013

ESPERANÇA



Luz  da  esperança, vem!
Fica aqui, não vás.
Ilumina  todos  os  povos,
ó  Luz  da  paz  e  da  concórdia,
e  vence  as  perversas  guerras!
- Que bela vitória.

Luz  da  esperança:
Dá  força  aos  doentes
e  vence  o  desânimo
nas  horas  dolorosas  da  vida  humana;
não  abandones  os  pobres,
precisam de ti
para que  acabe  a  miséria, 
essa  amarga  herança.

Que  brilhe  em  todos  os  corações,
essa  tua  Luz  da  amizade  e  do  amor,
num  gesto  sublime  de  fervor!
Acabe  a  ganância  e  surja  a  lealdade;
acabe  a  corrida  ao  falso  poder,
e  a  justiça  em  todos  permaneça
com  rectidão  e  firmeza!
Do  repelente  mal,  surja  o  desejado  bem,
e  a  gratidão  permaneça  em  cada  ser.

Minhas  mãos  aqui  se  erguem,
num  sublime  desejo:
- Senhor,  dá-nos  a  tua  Luz,
a  luz  da  esperança,  essa  desejada,
para  que  um  mundo  melhor  exista
e  mais  felicidade  na  terra  permaneça,
a  esperança  que o  amor  sempre  vença!

Valdemar Muge

Tuesday, January 22, 2013

LAMENTO



Povo este desta terra
que atravessas-te terras e mares,
ouvi este lamento que esta alma encerra!
Ouvi os desabafos dum coração,
com triste voz
e saudosa recordação.      
Eis o que aqui deixaste
e que sempre amaste:

Nas águas dos rios correram lágrimas
daqueles que vos queriam e cá ficaram.
Vossa rua quando a tinhas, pobre ficou...
pois quando tua mocidade partiu,
vi como ela chorou.
Quantas cantigas e alegrias, convosco foram…
aqui, essas, como se transformaram em magoas.
Os canteiros da vossa terra, quão flores encerra...
como murcharam à despedida da gente, que era.
Corações de mães, sós, quanto sofreram...
dores escondidas, amarguras sofridas,
e quantas sem vos ver, com a dor morreram.
Mulheres que sem os maridos ficaram…
tantas foram, sozinhas, os filhos criaram!
Povo este da minha terra,
como assim foi e assim continua a ser:
amargo destino que vos encerra!
Não tinhas trabalho, para nela labutar,
nem voz com liberdade, para nela falar!
Mas vós, gente que daqui partiu,
brioso, aventureiro como jamais se viu,
 tem alma e voz, para longe gritar:
Terra mãe, onde nasci, saudoso torrão para amar!

Valdemar Muge 

Saturday, January 12, 2013

INVERNO



Corre o vento frio e a neve caindo, esculpindo;
Árvores despidas, folhas caídas, o Inverno vindo.
É a nostalgia da natureza que à minha volta vejo,
neste triste olhar, quanta mais melancolia prevejo!...

Na nossa vida, o Inverno também vem,
apesar de tarde o querermos, sempre se o tem.

Reconhecemos que há sempre tempo de renovação:
surja a compreensão sem egoísmo e ganância.
No Inverno que em nossos espíritos possa existir,
desapareça a névoa da melancolia,
e desponte o fluir da alegria
e com ela, a felicidade permanecerá.

Chamem o que sempre em vós o sentem:
Inverno ou velhice não importa.
O que importa ver em todo o ser,
é a honra que dentro dele está,
querendo, essa, sempre nele viverá!

 Valdemar Muge